Até onde você quer chegar na sua carreira de engenheiro?
Você sabe quais são as características que você precisa ter para trabalhar em uma grande obra?
Entrevistei o Engenheiro Emanuel Kalebre e fiz algumas perguntas bastante importantes sobre o trabalho dele e a rotina em uma das maiores obras da atualidade.
O Engenheiro Emanuel Kalebre trabalhou na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, sendo responsável pelo Setor de Contratos, corresponsável pela Gestão de Custos do Empreendimento e atuou junto ao Suprimentos e ao Financeiro no processo de compras.
Com certeza, tudo o que ele disse sobre como foi trabalhar em um empreendimento desse porte vai agregar muito para aqueles que sonham um dia participar de obras fantásticas como a de Belo Monte.
Diante de várias dificuldades como falta de recursos, difícil acesso, mão-de-obra inexistente, que são consequências de uma obra realizada no interior do estado, nesse caso do Pará, a equipe teve que se empenhar para enfrentar e adequar a gestão desta obra faraônica.
Nota: você sabia que Belo Monte foi considerada a maior obra em movimentação de terra da história da Engenharia brasileira?
Além disso existia o período de chuva de até 15 dias no mês, que fazia com que o rio Xingu elevasse o seu nível em até 11 metros e impossibilitasse o acesso pelas pontes de madeira; manifestações de ribeirinhos, índios, pescadores e moradores, que paravam as estradas e impedia a chegada de materiais; greve de funcionários, greves sindicais; erro na entrega de produtos com pedido de troca; entre outros problemas, que são comuns quando se tem um empreendimento tão grande.
Imagina você à frente desta obra tendo que planejar com todas essas variáveis no seu cronograma?
Vendo deste ângulo podemos entender porque esses engenheiros são tão procurados. Não é fácil assumir tamanha responsabilidade e manter o cronograma da obra sem atrasos.
Veja abaixo quais foram as perguntas que ele respondeu durante a entrevista:
– Como é ser engenheiro em uma das maiores obras do Brasil?
– Quantas equipes (empreiteiras) participaram da obra?
– Qual era o seu projeto e quantos colaboradores faziam parte?
– Quais as principais diferenças de trabalhar em uma obra menor e em uma obra desse porte?
– Quais características você acredita que fizeram você chegar a trabalhar em um empreendimento com estas dimensões?
– Quais são as principais dificuldades encontradas nesta obra por ela ser tão grande?
– Como era o seu dia a dia dentro da obra?
– O que você pode dizer para alguém que está saindo agora da graduação ou saiu há pouco tempo e está querendo trabalhar em uma obra grande como esta de Belo Monte?
Dados:
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte está sendo construída na bacia do Rio Xingu, próximo ao município de Altamira, no norte do Pará.
Sua potência instalada será de 11 233 MW mas, por operar com reservatório muito reduzido, deverá produzir efetivamente cerca de 4 500 MW (39,5 TWh por ano) em média ao longo do ano, o que representa aproximadamente 10% do consumo nacional (388 TWh em 2009).
Em potência instalada, a usina de Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas da chinesa Três Gargantas (20 300 MW) e da brasileira e paraguaia Itaipu (14 000 MW). Será a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira.
O lago da usina terá uma área de 516 km (1/10 000 da área da Amazônia Legal), ou seja, 0,115 km³ por MW efetivo. Seu custo foi estimado pela concessionária em R$ 26 bilhões, ou seja, R$ 5,7 milhões por MW efetivo.
Desde seu início, o projeto de Belo Monte encontrou forte oposição de ambientalistas brasileiros e internacionais, de algumas comunidades indígenas locais e de membros da Igreja Católica.
Essa oposição levou a sucessivas reduções do escopo do projeto, que originalmente previa outras barragens rio acima e uma área alagada total muito maior. Em 2008, o CNPE decidiu que Belo Monte seria a única usina hidrelétrica do Rio Xingu.
E aí, o que achou da entrevista?
Deixe um comentário e me diga se você deseja um dia trabalhar em uma obra deste porte ou se prefere empreendimentos menores. Eu gostaria muito de saber a sua opinião.
Forte abraço,
Erick Ruas